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  • Foto do escritorJulia Sprenger

Crítica - Disco "Brasil"

O disco “Brasil”, que tem como protagonistas alguns dos maiores nomes da música popular brasileira (João Gilberto, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia), é uma das mais bonitas e puras expressões do que é o nosso Brasil. O ritmo suave e envolvente une-se a letras bem construídas e acolhedoras, que adentram o corpo de quem ouve com facilidade e sutileza.

O lado A do disco conta com a obra “Aquarela do Brasil” (A1), conhecida não só no Brasil como também no mundo. A música dispensa quaisquer apresentações, mas ainda sim vale a pena ser ouvida quantas vezes for possível, pois é um dos retratos mais gostosos do nosso país com o qual se pode ter contato na atualidade.

As palavras escolhidas nas canções “Bahia com H” (A3) e “No Tabuleiro da Baiana” (B1) nos transportam para o Estado no qual os autores foram buscar sua inspiração. A terra do acarajé e do vatapá é muito bem representada nessas duas músicas, que nos apresentam uma Bahia pela qual vale a pena se apaixonar e que dá vontade de conhecer. Mais especificamente na segunda canção, a utilização de palavras bem posicionadas, ritmadas e rimadas tem um quê de Jingle que cola na cabeça de quem escuta por semanas, e dá vontade de apertar o repeat do Spotify. É a única canção que recebe a participação especial de Maria Bethânia.

As canções “Disse Alguém” (A2) e “Milagre” (B2) são muito marcadas por um violão e instrumentos bem ritmados, apesar de terem levadas diferentes: Disse Alguém é uma música mais lenta, enquanto Milagre é um pouquinho mais dançante, porém ambas muito gostosas de ouvir pois apresentam elementos que só a música brasileira tem.

A última canção do lado B do disco é chamada “Cordeiro de Nanã” (B3), e não passa de uma repetição da frase “sou de nanã, ê” durante os 1’20” que tem a música. “Cordeiro de Nanã” é uma expressão que remete ao Vodun/Orixá Nanã Buruku do candomblé, ou seja, “ser de nanã” significa estar espiritualmente ligado de alguma forma com este Orixá das Chuvas. A temática é totalmente pertinente ao disco, e talvez a que mais se aproxima do tema discutido pelo grupo, uma vez que o Candomblé é uma religião original africana e veio para o Brasil trazida pelos escravos africanos, o que pode ser considerado um certo tipo de Imigração, mesmo que contra a vontade desse povo. Vieram para cá, trouxeram seus costumes, crenças e história, o que agora é parte da cultura do Brasil.

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